Saúde de Doenças e Espécies
As doenças das espécies cultivadas são fatores de risco tanto para o meio ambiente quanto para os agricultores marinhos. Gaiolas limpas ou mantidas inadequadamente, estocagem de espécies em densidade insustentável, deixar animais mortos dentro da gaiola, má qualidade da água e rações e protocolos de alimentação inadequados são alguns dos fatores que podem levar a doenças. Na aquicultura de algas marinhas, doenças como o gelo podem exigir uma pausa na agricultura até que a doença desapareça, resultando em perdas econômicas para o agricultor. ref A doença pode ser um grande risco para as espécies selvagens, pois as águas abertas onde as gaiolas ou currais estão localizadas são um caminho potencial para transferir doenças de dentro da gaiola para os ambientes marinhos próximos. Se as doenças nas espécies cultivadas não forem tratadas, elas podem se espalhar para as espécies selvagens.
A doença pode impactar muito o crescimento e a condição geral do estoque cultivado, reduzindo o crescimento, aumentando as deformidades, aumentando a mortalidade, aumentando o tempo de colheita e reduzindo a biomassa e a lucratividade da colheita. É mais sustentável econômica e ambientalmente prevenir doenças do que mitigar a propagação de doenças que já ocorreram. ref
Densidade de estoque
Um conceito criticamente importante a ser conhecido na aquicultura é a densidade de estocagem, que é o peso total das espécies cultivadas em um determinado volume de gaiola ou curral. O peso geralmente é dado em quilogramas e o volume da gaiola em metros cúbicos. Por exemplo, um curral de rede flutuante com dimensões de 5 x 5 x 3 metros (L x L x A) teria um volume total de 75 metros cúbicos e poderia ser estocado com 2,000 peixes de 100 g cada. Se o peso total do peixe, ou biomassa, for 200,000 g, ou 200 kg, então a densidade de estocagem seria de 2.6 kg de peixe para cada 1 metro cúbico.
Cada gaiola ou tipo de curral, espécie e ambiente permitirão diferentes densidades de estocagem, mas uma regra geral é que existe uma relação inversa entre densidade de estocagem e crescimento - quanto menor a densidade de estocagem, mais rápido os animais marinhos crescerão. Densidades de estocagem mais altas (mais peixes presentes na gaiola) geralmente aumentam o estresse geral dos peixes e potencialmente aumentam a prevalência de doenças e parasitas. É preciso um planejamento cuidadoso, observação e manutenção de registros para ajustar a densidade ideal de estocagem em uma gaiola ou cercado específico. ref
Limpeza e manutenção da gaiola
A limpeza da gaiola e da rede deve ser realizada regularmente entre as colheitas e quando necessário. Dependendo do local selecionado, as redes geralmente acumulam “bioincrustação” ou anexos naturais do ambiente local por algas, esponjas ou até corais. O acúmulo de organismos marinhos nas redes pode reduzir o fluxo de água do mar dentro da gaiola ou curral e reduzir o reabastecimento de oxigênio e a remoção eficiente de resíduos. Além disso, parasitas que podem crescer e atacar as espécies cultivadas podem se prender a artes e redes. Na agricultura de pepino do mar, predadores como caranguejos também podem se acumular em currais e números de estoque muito menores. Os currais devem ser verificados com frequência quanto a buracos pelos quais os caranguejos podem passar, e os caranguejos encontrados nos currais precisam ser removidos. ref A gerência e os operadores precisam se comunicar regularmente sobre manutenção e limpeza da rede, pois a falta de limpeza e manutenção também pode levar a buracos e quebras, o que pode causar fugas e colheitas reduzidas. ref
A manutenção de rotina geralmente inclui escovar as redes debaixo d'água quando as redes estão vazias entre as estocagens. A limpeza total e mais profunda pode incluir remover as redes da gaiola e limpá-las em terra, permitindo que sequem ao sol por um período prolongado, borrifando-as com uma mangueira de água doce de alta pressão ou tratando-as com produtos químicos específicos. É importante matar e remover o máximo possível do crescimento marinho e enxaguar totalmente quaisquer produtos químicos antes de colocar redes e gaiolas de volta na água. Além da limpeza da rede e dependendo do tipo de gaiola, os sistemas flutuantes e plataformas móveis também devem ser reparados e mantidos.
Tipo de feed
O uso de peixes inteiros, aparas de peixes ou outras partes de animais para alimentar os peixes em gaiolas é altamente desencorajado. Essa forma de alimentação é insustentável, antieconômica e pode ter efeitos duradouros e prejudiciais ao meio ambiente. Em vez disso, recomenda-se alimentar os peixes com rações produzidas comercialmente. Os pellets têm os componentes nutricionais necessários para promover o crescimento, a sobrevivência e a condição geral dos peixes cultivados com um equilíbrio de proteínas, lipídios, energia, minerais e vitaminas. Dependendo da espécie que está sendo cultivada, pode haver uma ração projetada e testada para aquele peixe específico. É importante observar o comportamento alimentar dos peixes para evitar a superalimentação. Se ocorrer superalimentação, os pellets não consumidos afundam no fundo do mar, potencialmente danificando o habitat bêntico. Além disso, qualquer alimento que não seja consumido pelos peixes cultivados é dinheiro desperdiçado - determinar a eficiência alimentar certa é uma vantagem para o agricultor e para o meio ambiente. ref
Mitigação de Doenças
A saúde das espécies cultivadas pode ser afetada por diversos fatores ambientais, nutricionais e infecciosos. É responsabilidade do operador e gerente da fazenda supervisionar a saúde dos animais cultivados desde os alevinos, sementes ou larvas que são comprados até as espécies maduras que são cultivadas e colhidas. Assim que quaisquer comportamentos adversos ou traços físicos são percebidos, ações imediatas devem ser tomadas para determinar e resolver o problema subjacente. Caso o operador ou gerente não possua o treinamento técnico necessário para avaliar com precisão e curar possíveis doenças, é responsabilidade do operador e gerente buscar assistência. Os veterinários aquáticos podem receber evidências visuais (fotos ou vídeos) para que possam fornecer recomendações.
Distância entre as operações agrícolas
A direção e a velocidade das correntes determinarão de que maneira e com que rapidez os resíduos são removidos de uma gaiola e potencialmente carregados para uma gaiola adjacente. A direção da corrente também pode significar que certas gaiolas serão expostas à água com maior teor de oxigênio, com as gaiolas a jusante potencialmente recebendo oxigênio reduzido. Se as gaiolas estiverem muito próximas umas das outras, existe um risco maior de que uma doença ou surto de parasita se espalhe rapidamente e afete as gaiolas vizinhas e as operações agrícolas.
do Paciente
É responsabilidade do operador e gerente da fazenda supervisionar a saúde do estoque e avaliar se as espécies cultivadas têm doenças ou parasitas. Em termos de comportamento dos peixes, as seguintes características podem indicar doenças ou parasitas: falta de alimentação adequada, piscar (virar de lado), esfregar no fundo e/ou vitalidade reduzida ou ofegante na superfície. Em termos de sinais físicos, os seguintes traços podem indicar doenças ou parasitas: áreas com bolhas, barrigas inchadas, olhos saltados, áreas sangrentas nas barbatanas, descoloração ou erosão de partes do corpo e/ou muco excessivo ou crescimentos no corpo. ref
No cultivo de algas marinhas, as epífitas (organismos que crescem na superfície das algas) podem bloquear o acesso à luz solar e aos nutrientes e podem atrair herbívoros. Se eles não forem removidos imediatamente, as epífitas crescerão e se espalharão muito rapidamente. As epífitas podem ser mais abundantes quando as algas estão sob condições de estresse ou doentes porque as defesas naturais das algas estão comprometidas. Uma doença comum que afeta as algas marinhas é conhecida como gelo-gelo. Estresse (baixa salinidade, temperatura extrema, exposição ao sol) e desnutrição são as condições mais comuns que levam ao gelo. Se aparecer gelo nas algas cultivadas, os agricultores devem colher as algas imediatamente, parar de cultivar naquele local até que a doença desapareça e obter novas sementes de áreas longe da poluição ou do escoamento de nutrientes.